quinta-feira, 19 de março de 2009

FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS

FILOSOFIA

Os primeiros filósofos gregos

Os gregos foram os inventores disso que se chama filosofia. Por quê? Porque foram os inventores — no sentido de "descobrir" da palavra — os descobridores da razão, os que pretenderam que com a razão, com o pensamento racional, se pode encontrar o que as coisas são, se pode averiguar o último fundo das coisas. Então começaram a fazer uso de intuições intelectuais e intuições racionais, metodicamente.
Antes deles fazia-se uma coisa parecida; porém, com toda classe de vislumbres, de crenças, de elementos irracionais.
Feito este parêntese, diremos que os primeiros filósofos gregos que se propuseram o problema de "quem existe?", de "qual é o ser em si", quando o propõem para si, é porque já superaram o estado do realismo primitivo que enunciávamos dizendo: todas as coisas existem, e eu entre elas. O primeiro momento filosófico, o primeiro esforço da reflexão consiste em discernir entre as coisas que existem em si e as coisas que existem em outra, naquela primária e primeira.
Estes filósofos gregos procuram qual é ou quais são as coisas que têm uma existência em si. Eles chamavam a isto o "princípio", nos dois sentidos da palavra: como começo e como fundamento de todas as coisas. O mais antigo filósofo grego de que se tem notícia um pouco exata chamava-se Tales e era da cidade de Mileto. Este homem buscou entre as coisas qual seria o princípio de todas as demais, qual seria a coisa à qual conferiria a dignidade de ser, de princípio, de ser em si, a existência em si, da qual todas as demais são simples derivadas; e ele determinou que esta coisa era a água. Para Tales de Mileto a água é o princípio de todas as coisas. De modo que todas as demais coisas têm um ser derivado, secundário. Consistem em água. Mas a água, ela, que é? Como ele diz: o princípio de tudo o mais não consiste em nada; existe, com uma existência primordial, como princípio essencial, fundamental, primário.
Outros filósofos dessa mesma época — o século VII antes de Jesus Cristo — tomaram atitudes mais ou menos parecidas com a de Tales de Mileto. Por exemplo, Anaximandro também acreditou que o princípio de todas as coisas era algo material; porém, já teve uma idéia um pouco mais complicada que Tales; e determinou que este algo material, princípio de todas as demais coisas, não era nenhuma coisa determinada, mas uma espécie de protocoisa, que era o que ele chamava em grego apeiron. indefinido, uma coisa indefinida que não era nem água, nem cerra, nem fogo, nem ar, nem pedra, mas antes tinha em si, por assim dizer, em potência, a possibilidade de que dela, desse apeiron, desse infinito ou indefinido, se derivassem as demais coisas.
Outro filósofo que se chamou Anaxímenes foi também um desses filósofos primitivos que buscaram uma coisa material como origem de todas as demais, como origem dos demais princípios, como única existente em si e por si, da qual eram derivadas as demais. Anaxímenes para isso tomou o ar.
É possível que haja havido mais tentativas de antiquíssimos filósofos gregos que procuraram alguma coisa material; mas estas tentativas foram rapidamente superadas. Poram-no primeiramente na direção curiosa de não procurar uma, mas várias; de acreditar que o princípio ou origem de todas as coisas não era uma só coisa, mas várias coisas. É de supor que as críticas de que foram alvo Tales, Anaximandro e Anaxímenes contribuíssem a isso. A dificuldade grande de fazer crer a alguém que o mármore pentélico, em Atenas, fosse derivado d’água; a dificuldade também de fazê-lo derivar do ar, de fazê-lo derivar de alguma coisa indeterminada, fez provavelmente que fossem alvo de críticas acirradas a essas derivações, e então sobreveio a idéia de salvar as qualidades diferenciais das coisas, admitindo, não uma origem única, mas uma origem plural; não uma só coisa, da qual fossem derivadas todas as coisas, mas várias coisas; e assim um antiqüíssimo filósofo, quase legendário, que se chamou Empédocles, inventou a teoria de que eram quatro as coisas realmente existentes, das quais se derivam todas as demais e que essas quatro coisas eram: a água o ar. a terra e o fogo, que ele chamou "elementos", isto é, aquilo com que se faz "tudo o mais.
Os quatro elementos de Empédocles atravessaram toda a história do pensamento grego, entraram de roldão na física de Aristóteles, chegaram até a Idade Média e desapareceram no começo da Renascença.
Aproximadamente na mesma época em que viveu Empédocles, dão-se dois acontecimentos filosóficos que para nossos problemas metafísicos são de importância capital. Um é o aparecimento de Pitágoras. e o outro o aparecimento de Heráclito.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO

1- Para que servia o mito entre os gregos?
2- É possível afirmarmos que com o surgimento das ciências o conhecimento mítico foi “sepultado”? Justifique.
3- Por que as explicações míticas e religiosas tornaram-se insuficientes para os gregos à época do pensamento filosófico?
4- Qual a relação entre as indagações dos pré-socráticos e o desenvolvimento de disciplinas como a Física, a Biologia, a Astronomia, a Química e outras ciências?
5- O que o autor sugere ao afirmar que “os gregos foram os inventores da razão”?

4 comentários:

  1. aonde encontro essas respostas ?

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  2. Prezado visitante.
    Obrigado pela sua visita e interação conosco. as respostas que você procura deve ser fruto de uma leitura atenciosa ao próprio texto, somada ao seu conhecimento sobre aspectos da cultura grega. Se desejar enviar sua resposta para a nossa análise, fique à vontade.

    Um abraço

    Prof. Aparecido

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  3. 3- Por que as explicações míticas e religiosas tornaram-se insuficientes para os gregos à época do pensamento filosófico?


    qual é a resposta?

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