segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

ORIGEM DO CARNAVAL

O carnaval deve ser tratado como uma festa profana, sagrada ou uma mistura desses dois significados?
Ao analisarmos sua história verificamos que no seu início em torno de 600 a.C. os gregos realizavam desfiles e cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção conseguida, ritual que fora mais tarde incorporado à tradição romana.
Na Idade Média costumavam-se realizar desfiles com máscaras, como forma de driblar a opressão existente com o intuito de coibir qualquer manifestação de alegria, uma vez que a moral da época pregava o sofrimento e a sobriedade como forma de aproximar o homem de Deus. Assim restava aos homens organizar algumas festas em torno ocasião em que se permitiam alguns atos libertinos que no cotidiano seria motivo de fortes críticas motivados pela moral religiosa predominante na época, como forma de suavizar sua tão penosa existência. Afim de “legitimar os atos pecaminosos” assistidos durante as festividades a Igreja no Concílio de Trento, em 1545, passa a admitir o carnaval como festa popular, suavizando assim seu impacto.
No Brasil o carnaval chegou sob a influência européia, oriundo das comemorações do Entrudo em Portugal, ocorrendo através de desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Foi somente no século XIX que os blocos carnavalescos surgiram com carros decorados e pessoas fantasiadas na forma como vemos hoje.
Tais considerações nos levam a concluir que independentemente da conotação que lhe conferimos é bonito ver tamanha alegria, descontração e, sobretudo acompanhar com o olhar de curiosidade os enredos apresentados pelas escolas de samba na avenida, os quais são verdadeiras aulas acerca daquilo que pretendem retratar, sem contar a criatividade que nos salta aos olhos. O lado sombrio desta festividade talvez esteja na concepção equivocada de diversão que ainda permeia a mente de muitos foliões, os quais, a exemplo dos primeiros brincalhões do entrudo brasileiro, se aproveitam para extravasar de maneira irresponsável, não confundir com imoral, as suas agruras acumuladas ao longo de todo um ano de dissabor
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