domingo, 12 de fevereiro de 2012

TEÓRICOS DO ESTADO NACIONAL ABSOLUTISTA

Para justificar e legitimar o Estado Nacional absolutista, muitos monarcas passaram a basear-se em teorias de pensadores políticos. Veja o que estes homens pensavam:

Nicolau Maquiavel (1469-1527), em sua obra O príncipe (1513), procurou demonstrar como um soberano deveria agir e que recursos deveria empregar para conquistar e manter o poder, afirmando que "os fins justificam os meios";

Thomas Hobbes (1588-1679), em sua obra Leviatã (1651), afirmava que o poder absoluto do rei derivava de um “contrato social” que os homens
teriam feito com os soberanos para preservação de suas vidas;

Jacques Bossuet (1627-1704), em sua obra Política tirada da Sagrada Escritura (1709), argumentava que o poder do rei provinha de Deus e por isso era incontestável. Esta concepção ficou conhecida como teoria divina do poder real.
Para conhecer mais sobre estas teorias, você pode ler pequenos documentos de alguns destes pensadores.

Documento 1
O príncipe

Um principe deve ainda mostrar-se amante das virtudes, honrando os homens virtuosos e os que excedem em alguma arte. Deve encorajar os seus cidadãos a acreditar que podem exercitar suas atividades em calma, seja no comércio, na agricultura ou em qualquer outra. Que um não tema melhorar suas propriedades por medo que lhes sejam tiradas, que outro não tema abrir um comércio por medo dos impostos. O príncipe deve preparar prêmios para quem queira fazer essas coisas e para quem quer que pense, de qualquer modo, em ampliar a sua cidade ou o seu Estado. Deve, além disso, nas épocas convenientes do ano, manter o povo ocupado com as festas e espetáculos. Como toda cidade e dividida em corporações ou classes sociais, deve manter em mente tal universo, reunir-se com eles, de vez em quando, mostrar-se humano e magnânimo, mantendo sempre firme a majestade de sua posição, pois essa deve ser mantida sempre.
(MAQUIAVEL (1513), 2002, p. 133).

Documento 2
A teoria do direito divino dos reis

Três razões fazem ver que este governo (o da monarquia hereditária) e o melhor. A primeira e que e o mais natural e se perpetua por si próprio. A segunda razão e que esse governo e o que interessa mais na conservação do Estado e dos poderes que o constituem: o príncipe, que trabalha para o seu Estado, trabalha para os seus filhos, e o amor que tem pelo seu reino, confundido com o que tem pela sua família, torna-se-lhe natural. A terceira razão tira-se da dignidade das casas reais. A inveja, que se tem naturalmente daqueles que estão acima de nós, torna-se aqui em amor e respeito; os próprios grandes obedecem sem repugnância a uma família que sempre viram como superior e a qual se não conhece outra que a possa igualar. O trono real não é um trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o murmúrio e uma disposição para a sedição.
(Adaptado de BOSSUET , Política tirada da Sagrada Escritura, 1709 apud: FREITAS, 1976, p. 201)

ATIVIDADE
1-    Após ler os documentos 1 e2 de Maquiavel e Bossuet, escreva as ideias que apresentam semelhanças na concepção de governo e Estado.
2-    Procure discutir com seus colegas a visão de Estado destes pensadores e expresse oralmente sua opinião, depois anote suas conclusões.
3-    Que mudanças e permanências podemos verificar em relação à forma como a política e o ato de governar e ser governado é visto em nossa sociedade, em comparação com o período que estamos  estudando?

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